terça-feira, 13 de julho de 2010

E hoje deita no Divã...

Bem vindo Sebastião, Nosso Quarto Divã é seu. Fique a vontade e fale.

"Não sei escrever crônica. Só sei fazer soneto. E mesmo assim não é essa coca-cola toda.

Há algum tempo uma pessoa me disse que eu me completo em mim mesmo e que não sei abrir mão de minha individualidade.
Na hora eu neguei, argumentei e apresentei fatos pra justificar a minha defesa. Não queria receber a desagradável pecha de antissocial. Mas depois, na reflexão de minha solidão, minha doce e agradável solidão, eu comecei a concordar. O fiz porque não tenho compromisso com o erro. Sou livre pra admitir qualquer equívoco.

Aquela assertiva não é uma verdade absoluta. Mas não é propriamente um despautério. Explico:
Durante toda a minha vida fui ladeado por bons amigos, irmãos mesmo. Tem um pouco de cada um deles em minha personalidade. É fácil perceber isso. Quem me conhece vê em mim todos os meus fieis e prezados amigos.

Quero estar sempre com minha família, meu lindo rebento, minhas irmãs e meus pais.
Porém, sou sozinho. Não que eu seja antissocial, como dito. Entretanto, sempre fui meio isolado mesmo. Talvez por ter que me conformar em nunca ser o mais bonito, o mais rico, o mais inteligente da turma que eu integrava.

Tem mais, nunca tive atributos especiais, não sou bom com trabalhos manuais, não tenho aptidão para esporte, jogos de estratégia ou instrumentos musicais.
Daí, quando criança, aprendi a brincar sozinho, Pior, gostava de brincar sozinho. Tinha meu mundo intocável, onde criava “auter egos” e podia ser quem eu quisesse. Mas sempre tive medo da solidão.

Na faculdade foi o tempo em que eu mais cresci. Não literalmente. Como pessoa, como indivíduo. Foi a época em que eu realmente me conheci, estabeleci propósitos para a vida, futuro e relações interpessoais. Foi a época dos extremos. Vi nessa época que ficar sozinho não era o fim do mundo.

Tem um médico de doido, Flavio Gikovate, que fala que “Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal”. E eu concordo com isso. Faço isso sempre.

Sou amigo da noite. A minha noite.
É na noite que eu me encontro comigo, estabeleço os meus diálogos, ensaio discursos, crio fórmulas mágicas pra tudo, faço planos, resolvo começar a fazer academia, aprender inglês, estudar direito do trabalho…

Não é questão de autosuficiência. É questão de aprendizado."

Desabafo de Sebastião Gontijo

4 Confortadores:

Camila disse...

Eu nunca fui de ficar sozinha, sempre gostei de ter gente perto de mim.
Mas depois que sai de casa e fui morar sozinha, tudo mudou.
Hoje, sinto necessidade de ter alguns momentos comigo mesma. Concordo quando diz que é 'aprendizado'.
E geralmente faço isso antes de dormir.

Um beijO pra ti e outro pro dono do Divã!

;*

Ricardo Guimarães disse...

Eu não acho que ser sozinho seja bom. Mas acho bom ter momentos onde podemos nos encontrar. Nosso dia é muito corrido e sempre pudermos seria bom passar um tempo com a gente mesmo. Eu faço isso o empo quase todo parece. Mas ser sozinho não, pelo Amor de Deus não. É isso.

De Deus disse...

Eu também não sou um grande fã da solidão. Aliás, tal qual a Camila gosto muito de gente sempre perto de mim, especialmente gente que eu gosto.

Mas tenho descoberto aos poucos, que de fato, as vezes é conveniente ficar sozinho um pouco. Dar uma arejada.

Acho que o nosso amigo @sebagontijo deveria colocar essa veia escritora pra funcionar mais vezes e nos brindar sempre com seus escritos.

Squall disse...

É, eu como bom pupilo Dogãozistico gosto dos meus momentos sozinho com meus botões. Nesses momentos pode-se fazer várias coisas que, acompanhado, num ia dar certo.
É da natureza humana o egoísmo e, sendo assim, é fato que todos precisam de um tempo pra si mesmos.

Mas, claaaaro que ser sempre sozinho largado num canto não é algo agradável. Quem é que não corre atrás da companhia certa pra passar o resto da vida?

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